ROMANTISMO
No
início do século XIX, ocorreu no nosso país o fato que desencadeou sua
emancipação política e social: a vinda da família real. Após a chegada da corte
de D. João VI ao Rio de Janeiro, várias medidas foram tomadas para possibilitar
o funcionamento da administração do reino português aqui no Brasil. Algumas
dela foram:
·
Abertura
dos portos;
·
Fundação
do Banco do Brasil;
·
Criação
dos tribunais das Finanças e da Justiça;
·
Permissão
para a instalação de indústrias;
·
Implantação
da imprensa;
·
Inauguração
da Biblioteca Real com 60 mil volumes.
Antes
de mais nada, é necessário fazer uma distinção entre romantismo e Romantismo.
O
romantismo é um estado de alma, uma atitude profundamente emotiva diante da
vida. Trata-se de um modo de sentir e interpretar a realidade e de um modo de
agir. Pode, portanto, ocorrer em qualquer período. O comportamento romântico
está registrado na literatura desde a Antiguidade até nossos dias.
O
Romantismo é um estilo de época, um movimento artístico, que ocorreu num
determinado momento histórico.
O
estilo de época denominado Romantismo apresenta características específicas que
estão ligadas à valorização da individualidade, ao subjetivismo e à valorização
da terra natal. Eis algumas:
1.
Liberdade
de criação – O artista não pretende levar em conta nenhum esquema
pré-estabelecido. O romântico expressa-se por meio de uma atitude pessoal,
individual e única, sem considerar os modelos mais clássicos.
2.
Sentimentalismo
– Para o romântico, a razão fica em segundo plano. O sentimento é o grande
valor da vida do indivíduo.
3.
Supervalorização
do amor – O amor é considerado o valor supremo da vida. É algo bom, puro,
difícil de se realizar num mundo desagregado e corrompido. A não-realização
amorosa leva sempre à loucura, à morte, ou ao suicídio.
4.
Nacionalismo
– Supervalorização da terra natal.
5.
Religiosidade
– Deus no centro de tudo.
6.
Mal-do-século
– O romântico sente-se desajustado no mundo. Esse desajuste conduz à dor e à
aflição. Tal estado de espírito leva o romântico à busca da solidão, ao gosto
pela melancolia e pelo sofrimento.
7.
Evasão
– a) evasão no tempo: o romântico europeu busca no passado histórico de sua
pátria (Idade Média) ou no seu passado histórico individual (infância)
situações que ele considera ideais, por serem estáveis e equilibradas. b)
evasão no espaço: leva o romântico a procurar paisagens novas, estranhas,
exóticas. c) evasão na morte: essa evasão é encarada como solução definitiva
para o chamado mal-do-século.
8.
Reformismo
– Desejos de mudança, o romântico torna-se revolucionário. Queriam alterar
radicalmente a estrutura da sociedade.
9.
Indianismo
– O índio é o legítimo representante de nossa etnia. O índio que aparece nos
textos românticos, portanto, não é o índio contemporâneo dos escritores, mas um
tipo idealizado, sempre bom, nobre, bonito e cavaleiro generoso.
Na poesia os
autores mais importantes foram: Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Castro
Alves, entre outros.
Gonçalves de
Magalhães merece ser citado, principalmente, porque foi nosso primeiro escritor
romântico. Sua obra Suspiros poéticos e saudades (1836) é considerado o marco
inicial do Romantismo no Brasil.
Na prosa,
destacam-se os seguintes autores: Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar,
Bernardo Guimarães, Visconde de Taunay e Manuel Antônio de Almeida.
